7 dicas para inclusão digital e conteúdo acessível

Quando se trata de conteúdo Web, a inclusão digital é uma das questões mais importantes para crescer no mercado. O poder da internet está em sua universalidade, no acesso possível a todos, independentemente de limitações pessoais. Oferecer aos usuários uma experiência on-line positiva é o que a maioria de nós busca. No entanto, uma experiência positiva vai além de escrever conteúdo atraente e ter um design moderno. A inclusão digital não é só necessária, ela é um bom negócio.

Criar conteúdo acessível significa incluir pessoas com deficiência em seu público, tornar seu site mais amigável para todos, aumentar a satisfação do cliente, melhorar o SEO e atender aos padrões de acessibilidade da web. Mais especificamente, Inclusão digital é sobre tornar possível que pessoas com deficiência percebam, compreendam, naveguem e interajam e contribuam com o conteúdo presente na internet.

Por que optar pela inclusão digital 

De forma simplificada podemos dizer que acessibilidade digital é boa para os negócios e é lei. Em janeiro de 2016, entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146 art. 63). O texto diz que empresas com sede ou representação comercial no país devem obrigatoriamente ter conteúdo Web com ferramentas e práticas que garantam acessibilidade a todos. Apesar disso, um estudo do Movimento Web para Todos em parceria com a BigData Corp, aponta que 99% dos sites não cumprem a determinação e somente 2% se preocupa, em algum nível, com a inclusão digital. 

No mundo, 15% da população têm algum tipo de deficiência, isso representa cerca de 1 bilhão de pessoas,um poder aquisitivo que alcança 6 trilhões.  Sejam físicas, auditivas, visuais, de fala ou cognitivas, as deficiências podem afetar severamente a maneira como as pessoas interagem com o conteúdo digital. No Brasil, esse número representa 24% da população, ou seja,45 milhões de pessoas que não tem acesso a uma empresa sem inclusão digital:

  • 45,6 Milhões de pessoas (cerca de 25% da população brasileira) têm algum tipo de deficiência.
  • 18,6% possuem algum tipo de deficiência visual.
  • 7% têm deficiência motora.
  • 5,1% têm deficiência auditiva.
  • 1,4% das pessoas possuem deficiência mental.

Cerca de 71% dos usuários desistem da compra se a plataforma não for acessível e 86% afirmam que gastariam mais se não enfrentassem dificuldades nesse processo, segundo a pesquisa da Click-Away Pound. A criação de conteúdo acessível gera lucro, melhora a experiência dos usuários e o SEO. A incorporação de práticas inclusivas digitalmente também reduz o risco de penalidades legislativas e ações civis. Acessibilidade digital é a criação de um ambiente online inclusivo no qual navegar e executar tarefas é fácil para todos os usuários,

Como implementar a inclusão digital 

O Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.1 é o guia base para acessibilidade online, suas 78 diretrizes apontam como criar conteúdo inclusivo para plataformas digitais. “ Todo conteúdo precisa ser perceptível, aos olhos e ouvidos, ser operável por teclado, mouse ou voz. Deve ser compreensível por qualquer pessoa, independente de sua deficiência ou habilidade e precisa ser robusto a ponto de funcionar em qualquer ambiente, canal ou tecnologia assistiva.”

Da mesma forma que é necessário garantir que um prédio ou espaço físico seja acessível para pessoas com deficiência, também devemos garantir que o conteúdo seja acessível em um nível digital. No Facebook, por exemplo, 85% dos vídeos são consumidos sem áudio, ou seja, sem acessibilidade o seu conteúdo não alcança o público-alvo. É para garantir essa inclusão digital que temos os princípios globais de acessibilidade:

Perceptível – As informações e os componentes da interface do usuário devem ser visíveis a pelo menos um dos sentidos e capazes de perceber as informações apresentadas. 

Operável – A interface não pode exigir uma interação que um usuário não possa realizar.  Os componentes da interface e de navegação devem ser capazes de operar com eficiência os comandos necessários.


Compreensível – As informações devem ser claras, simples e diretas. O conteúdo precisa ser compreensível para qualquer usuário, isto é, o conteúdo ou operação não pode estar além de sua compreensão.


Robusto –  O conteúdo deve ser completo o suficiente para que possa ser interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de agentes, incluindo usuários e tecnologias assistivas. Isso significa que os usuários devem ser capazes de acessar o conteúdo conforme as tecnologias avançam (com a evolução das tecnologias e  agentes do usuário, o conteúdo deve permanecer ainda acessível).

Por onde começar

Se você para você a comunicação com pessoas é importante, então a inclusão digital também deve ser. Isso pode significar ter um melhor ranqueamento SEO, mais engajamento nas redes sociais, aumento na taxa de conversão, ter acessos mais longos e mais visualizações de vídeos. 

Acessibilidade e inclusão digital é sobre universalidade, são técnicas que facilitam a vida de quem precisa, mas que também trazem benefícios de longo alcance à legibilidade geral e compreensão. Aqui estão algumas dicas para tornar o mais fácil essa adaptação e possibilitar que todos tenham acesso ao seu conteúdo.

Descrição de imagens

Legendas descritivas, textos alternativos e ferramentas como o #ParaCegoVer , são importantes para aqueles que não podem ver ou não podem ver bem, assim como aqueles com deficiências cognitivas ou e aprendizagem:

  • A descrição deve refletir com precisão o conteúdo ou função da imagem;
  • Seja sucinto;
  • Se a imagem contiver texto, replique esse texto na descrição;
  • Se a imagem foi usada como um link, descreva o destino do link na descrição;
  • Se a imagem tiver um propósito puramente decorativo, ela pode ser descrita como “decorativa” ou ter um ALT nulo (um ALT nulo é uma dica para que os leitores de tela e outras tecnologias de assistência o ignorem).

Títulos e texto

Usamos cabeçalhos o tempo todo. Eles nos ajudam a dividir blocos de conteúdo em pedaços menores e mais digeríveis. Títulos significativos tornam o conteúdo mais fácil de ler e navegar. Isso também deve ser real para quem faz uso de ferramentas de assistência a leitura: 

  • Use uma linguagem clara, simples e inclusiva que seja apropriada para o seu público-alvo;
  • Alinhe o texto à esquerda para evitar espaçamento desigual entre letras e palavras;
  • Use fontes sans serif, como Arial ou Verdana;
  • Use texto real, não imagens de texto;
  • Expanda as siglas na primeira utilização e onde mais for razoável;
  • Não use palavras inteiras ou URL em capslock; 
  • Evite o uso excessivo de negrito, maiúsculas, itálico e sublinhados;
  • Evite tamanhos de fonte muito pequenas;
  • Os links devem ser sublinhados e em uma cor que se destaque;
  • Garanta um bom contraste de cores entre o texto e seu fundo;
  • Evite usar apenas cores para transmitir informações;
  • Diferencie os títulos com headings –  H1/H2/H3/H4.

Links

Links internos como textos como “clique aqui” ou “leia mais” não são bons em termos de acessibilidade. Os links devem descrever claramente do que trata o URL. Isso é especialmente útil para pessoas que dependem de leitores de tela. O software assistivo é capaz de pular entre os links, gerando uma lista.

  • Opte por não abrir links em uma nova janela;
  • Evite adicionar qualquer informação no campo de texto “Título” de um link, pois esse texto não é lido pela maioria dos leitores de tela;
  • Evite usar diretivas vagas para o texto de um link, como “Clique aqui”, “Saiba mais” ou “Fale conosco”. O texto do link deve ser único e fornecer contexto para o usuário;
  • Não use URLs brutos (como https://site.com/page), porque os leitores de tela lerão para os usuários, não importa o comprimento;
  • Use palavras-chave significativas;
  • Seja conciso no texto escolhido;
  • Integre o texto do link naturalmente no conteúdo;
  • Certifique-se de que lê bem independentemente do resto do texto;
  • Não repita o mesmo destino para links no mesmo texto.

Vídeos

Mais do que nunca, os vídeos estão sendo usados ​​para se comunicar com o público interno e externo. Portanto, é importante saber como torná-los acessíveis a todos. Em grande parte, isso se resume a duas áreas: legendas e transcrições. Aqui,  as transcrições e as legendas apresentam o conteúdo falado como texto escrito. As legendas aparecem na tela como texto, simultaneamente com o conteúdo falado. As transcrições são versões textuais do conteúdo em um documento separado.

  • Todas as mídias pré-gravadas devem ter uma transcrição de texto descritivo e legenda oculta;
  • Uma descrição de áudio que descreve o que é visível na tela também pode ajudar os usuários com deficiências visuais;
  • O link para a transcrição (ou a própria transcrição) deve estar na mesma página do vídeo ou áudio. Esta regra também se aplica a arquivos de vídeo e áudio incorporados;
  • O usuário deve ser capaz de parar, pausar e retroceder todos os arquivos de áudio e vídeo.

Redes Sociais

A maioria das organizações, compartilhar novos conteúdos através das redes sociais. Essas plataformas têm um alcance que conecta os usuários de forma exponencial. Portanto, as postagens devem ser igualmente acessíveis a todos os públicos. Engajamento  direciona um tráfego valioso para seu site que se converte em vendas. 

  • Instagram –  O Instagram possui texto alternativo automático que cria legendas de áudio e funciona com leitores de tela. Para além disso, deve-se adicionar um texto alternativo manualmente e o #ParaCegoVer; 
  • Facebook Adicione legendas aos seus vídeos. Para fazer isso, clique em “Editar” após postar e adicione seu arquivo SRT. Quando sua postagem incluir uma imagem, descreva-a com texto alternativo. O uso do #ParaCegoVer também é indicado aqui;
  • LinkedIn O LinkedIn tem um texto alternativo disponível para suas postagens. Certifique-se de preencher essas informações para descrever o que está acontecendo na imagem;
  • Twitter – Defina a função de acessibilidade da sua conta acessando as configurações e clicando em “Acessibilidade”. Abra a miniatura da imagem e adicione um texto descritivo no campo “Descrição da imagem”;
  • Hashtags Use a técnica do camelo para tornar suas hashtags acessíveis. Isso quer dizer colocar a primeira letra de cada palavra em maiúsculo para que os leitores de tela transmitam as palavras individualmente, em vez de um som longo e confuso. Por exemplo, escreva #ConteúdoAcessível em vez de #conteudoacessivel.

Listas

Pode até parecer óbvio, mas nem sempre é praticado:  listas devem ser usadas para listas. Isso significa um conteúdo relacionado que tem  dois ou mais pontos relacionados. Além disso escolher o tipo certo de lista também é importante: 

  • Lista não ordenada: Onde o conteúdo da lista pode ser lido em qualquer ordem, e não há sequência de importância – como as que usamos aqui;
  • Lista numerada / ordenada: onde existe uma sequência ou progressão de etapas dentro de seus pontos.
  • Lista definida: usada explicitamente para o uso de definições.

Ferramentas de teste e criação

Depois de todo esse trabalho, é importante testar a usabilidade do conteúdo produzido. Não adianta ter uma boa intenção sem uma boa prática. Para evitar retrabalho, reclamações ou até mesmo ganhar uma má fama, recomendamos usar plataformas online que vão te ajudar a garantir a qualidade do trabalho. 

  • Conversor de conteúdo para áudio Audima
  • Leitor de tela compatível com o GoogleSilktide
  • Tradutor de conteúdo para LibrasVLibras
  • Leitor de tela para WindowsNVDA 
  • Leitor de tela para Mac – NVDA
  • Plugin de checagem de acessibilidade para ChromeInsights
  • Guia de consulta rápida WCAG
  • Extensão online de avaliação de acessibilidade – WAVE

Conclusão

Conteúdo web nem sempre significa acesso fácil, principalmente para pessoas com deficiência. Navegar e processar o conteúdo pode ser muito difícil sem inclusão digital e isso também significa que empresas perdem um grande público. Ao criar conteúdo digital, considere primeiro as necessidades de todos os usuários e planeje a produção de acordo. Escreva frases curtas, claras e concisas. Destacando as partes importantes e usando os headings necessários. Defina bem o propósito das suas imagens e vídeos para torná-los mais acessíveis através de textos alternativos. 

Acessibilidade e inclusão digital são sobre universalidade. Sobre estender a todos a possibilidade de trabalhar, pesquisar, se entreter e viver suas vidas, independentemente de sua idade, situação, habilidades ou circunstâncias.

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